Nos países em que seu uso é permitido, o Canabidiol (CBD), que é um ativo da Cannabis sativa, ainda é muito confundido com o THC, mas o CBD e o THC apresentam aplicações e regulamentações diferentes. No que se refere ao CBD, seu interesse para a nutrição gira em torno principalmente da melhora do sono e da redução da percepção de dor muscular. Também pode atuar através da otimização do reparo e remodelamento muscular, por meio da maior diferenciação das células musculares via transient receptor potential vanilloid (TRPV) e pelo aumento da entrada de cálcio para dentro da célula, sendo tais aplicabilidades muito úteis ao atleta, por exemplo.
Ademais, de forma geral, o ativo obtido a partir das plantas Cannabis: C. sativa, C. indica e C. ruderalis; apresentam produtos que fazem parte do sistema endocanabinoide, com receptores localizados em diversas porções do sistema nervoso central que agem na atividade e coordenação motora, memória recente, imunossupressão, dor, sedação, apetite, função cognitiva e modulação da inflamação, sendo o CB1 e CB2, os principais receptores.
Existem estudos ainda que apontam a indicação para pacientes com esclerose múltipla, para o controle de espasmos, redução da frequência urinária e dor neuropática. Entretanto, deve ser utilizado apenas em pacientes resistentes a outros tratamentos e após um tratamento teste de 14 a 30 dias.
Outra aplicabilidade do CBD é ao manejo de dores crônicas, porém, seu uso neste caso deve ser monitorado de perto através das queixas do paciente. Porém, deve-se ter a ressalva de que em indivíduos menores de 25 anos não é recomendado o uso de estimuladores do sistema endocanabinóide exógenos, visto que esses indivíduos não possuem ainda o cérebro completamente formado.
Referência bibliográfica
Borgelt LM, Franson KL, Nussbaum AM, Wang GS. The pharmacologic and clinical effects of medical cannabis. Pharmacotherapy. 2013 Feb;33(2):195-209. doi: 10.1002/phar.1187.
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