As festas de fim de ano estão chegando, com isso temos um período repleto de familiares, amigos, bons momentos e claro, comidas deliciosas.
Por conta da alta palatabilidade, é muito fácil exagerar no consumo desses alimentos e, por consequência, apresentar problemas gastrointestinais, como, por exemplo, a dispepsia (má digestão).
A dispepsia (indigestão) é caracterizada por náusea, inchaço, flatulência e dores abdominais, felizmente há maneiras de combatê-la, podendo ser feita com remédios alopáticos, fitoterápicos ou, ainda, chás de certas plantas.
A utilização de plantas medicinais para o tratamento de determinadas patologias é uma prática milenar, sendo um dos pilares de diversas terapias (medicina tradicional chjnesa, ayurverda, medicina greco-romana, entre outras), suas alegações terapêuticas são descritas em manuscritos de diferentes países do mundo, caso do Egito, onde o Papiro de Ebers (papiro egípcio) apresenta plantas utilizadas até o dia de hoje (funcho, coentro, tomilho, zimbro, entre outras), isso também ocorre com os Vedas (poemas indianos) que mencionam o gengibre, alcaçuz, cúrcuma e muitos outros.
Segundo a lenda chinesa, o chá foi “descoberto” pelo imperador ShenNung enquanto descansava sob uma árvore, algumas folhas caíram em sua vasilha de água fervendo. O imperador atraído pelo aroma, ele provou o líquido e adorou. Não há nenhuma evidência que isso ocorreu de fato, contudo, é uma boa introdução para falarmos sobre chás e seus potenciais terapêuticos.
Para isso, vamos utilizar como base a cartilha de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (4ª edição) emitida pelo Conselho Regional de Farmacêuticos em 2019.
Dentre as inúmeras possibilidades, podemos destacar:
A Marcela (Achyrocline satureoides) é indicada para o tratamento de má digestão e cólicas intestinais, recomendando uma infusão de 1,5g em 150 ml de água.
A Carqueja (Baccharis trimera) é indicada para dispepsia (má digestão e alterações na sensibilidade da mucosa do estômago), recomenda-se uma infusão de 2,5 g das partes aéreas em 150 ml de água.
A Guaçatonga (Casearia sylvestris) é uma planta indicada para dor e lesões quando formulada para aplicação tópica e para dispepsia e gastrite quando na forma de infusão, é recomendada a infusão de 2 a 4g das folhas em 150 ml de água.
A Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia) é indicada para dispepsia e azia, recomenda-se uma decocção de 1 a 3g de suas folhas em 150 ml de água.
O Boldo-do-Chile (Peumus boldus) é indicado para dispepsia por conta dos seus efeitos colerético e colagogo. É indicada a infusão de 1 a 2g das folhas em 150 ml de água.
A Erva-doce ou Anis (Pimpinela anisum) é indicado para dispepsia e cólicas gastrointestinais, indica-se uma infusão de 1,5g dos frutos em 150 ml de água.
O Boldo-baiano (Vernonia condensata) é indicado como um estimulante digestivo em dispepsias, indica-se uma infusão de 3g das folhas em 150 ml de água.
A Sálvia (Salvia officinalis) é indicada para dispepsias e transpiração excessiva, segundo a cartilha, é recomendado fazer uma infusão de 1,5- 3 g das folhas da planta em 150 ml de água.
Vale lembrar que por mais que sejam naturais, essas ervas não são isentas de efeitos colaterais, sendo necessário o acompanhamento com um profissional habilitado.
Referências:
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA. Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Cartilha de Fitoterápicos, [S. l.], p. 1-72, 1 abr. 2019. Disponível
em: http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em: 1 nov. 2021. NASCIMENTO, Isabela; VIEIRA, Marlene. Farmácia Verde. Manual de Plantas Medicinais, [S. l.], p. 1-50, 1 fev. 2014. Disponível em: https://www.unisantos.br/wp-content/uploads/2014/02/farmacia-verde- livro.pdf. Acesso em: 1 nov. 2021.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUÍZ DE FORA. Plantas usadas no Sistema Digestivo. Periódico, [S. l.], p. 1-6, 1 mar. 2011. Disponível em: https://www.ufjf.br/proplamed/files/2011/03/a11-Plantas-utilizadas-no-Sistema- Digestivo.pdf. Acesso em: 1 nov. 2021.
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