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Exaustão mental? Ginseng pode te ajudar!


“Ginseng” são plantas perenes (espécies vegetais com ciclo de vida longo) do gênero Panax, pertencentes à família Aralliace e utilizadas como ervas medicinais para as mais diversas patologias. Ao todo, temos 11 espécies diferentes de ginseng, contudo, três ervas se destacam das demais, caso do Ginseng Coreano (Panax ginseng), do Ginseng Americano (Panax quinquefolius) e do Notoginseng Chinês, também conhecido como Sanchi (Panax notoginseng).


Suas propriedades terapêuticas são atribuídas a compostos bioativos encontrados na planta, dentre eles, podemos destacar o ginsenosídeo, uma saponina (metabólito secundário caracterizado por formar espuma).


Os ginsenosídeos são classificados com relação às diferenças estruturais da composição:


Grupo panaxadiol inclui: Rb1, Rb2, Rb3, Rc, Rd, Rg3, Rh2 e R1 Grupo panaxatriol inclui: Re, Rf, Rg1, Rg2 e Rh1

Grupo do ácido oleanólico: RoO papel do ginseng para potencializar as funções neurológicas não está totalmente elucidado na literatura, contudo, acredita-se que ele atue em diversas frentes.


Os ginsenosídeos aparentam melhorar a memória e o aprendizado por meio de alterações na plasticidade sináptica (capacidade das sinapses alterarem-se conforme excitação e inibição) e por aumentar a neurogênese (formação de novos neurônios), ocasionando um aumento da densidade neuronal no hipocampo.


Além disso, os ginsenosídeos afetam a voltagem, os canais de cálcio (Ca2+), sódio (Na+), potássio (K+) e, também, nos canais iônicos dependentes de serotonina.


Outro fator, igualmente importante, é a interação do ginseng com os neurotransmissores, ácido gama aminobutírico (GABA) e acetilcolina (Ach). Neste caso, os compostos bioativos regulam a expressão de enzimas, ocasionando em uma maior sinalização nos mecanismos de liberação dos neurotransmissores.


Vale ressaltar um efeito não mencionado anteriormente, o ginsenosídeo RG1 apresenta efeito anti-inflamatório, contudo, o estudo conduzido por KANG, A. et al. (2013), demonstrou que a substância não conseguiu produzir uma ação direta no cérebro, mas apresentou efeitos positivos em outros distúrbios neuroquímicos.

Ademais, estudos in vitro demonstraram que os ginsenosídeos possuem efeito neuroprotetor contra o glutamato, esse resultado é de suma importância, visto que células PC12 tiveram um aumento na concentração de cálcio intracelular e peroxidação lipídica (degradação oxidativa dos lipídios) quando em contato com o glutamato.


Por último, mas não menos importante, estudos em modelo animal demonstraram que o Panax ginseng apresenta um efeito antidepressevio ao atuar no fator neurotrófico derivado do cérebro, também conhecido como BDNF (muito utilizado como biomarcador em transtornos mentais), seu mecanismo de ação consiste em aumentar a expressão de BDNF no hipocampo e no córtex pré-frontal (PFC).


Esses efeitos terapêuticos são corroborados pelo estudo duplo cego randomizado de Yeo, H. et al. (2012), em que os autores dividiram 15 participantes em dois grupos. Um deles recebeu uma dose de 4,500 mg de Panax ginseng, enquanto o outro recebeu placebo, após o período de duas semanas, ambos os grupos foram submetidos ao sistema de teste de Viena (teste funcional neurocognitivo) e ao P300 event-related potential (marcador que avalia a função cognitiva na hora da tomada de decisões). Os resultados não demonstraram uma diferença significativa entre os grupos no teste de Viena, contudo, o grupo suplementado com o ginseng coreano apresentou melhores valores no teste P300, indicando um aumento na função cognitiva.



Referências:


YANG, Jin et al. Mechanisms of Panax ginseng action as an antidepressant.

Cell Proliferation, [S. l.], p. -, 10 out. 2019. Disponível em:

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/cpr.12696. Acesso em: 1 nov. 2021.

SHIN, Chan; KIM, Pitna; KIM, Hee. A comprehensive review of the therapeutic and pharmacological effects of ginseng and ginsenosides in central nervous system. J Ginseng Res, [S. l.], p. 8–29, 1 mar. 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3659622/. Acesso em: 1 nov. 2021.

RANJI, Cui et al. Effects of Ginseng on Neurological Disordersseng and ginsenosides in central nervous system. Front. Cell. Neurosci, [S. l.], p. -, 20 mar. 2020. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fncel.2020.00055/full. Acesso em: 1 nov. 2021.

KIM, Lee et al. Effects of Korean Red Ginseng on Cognitive and Motor Function: A Double-blind, Randomized, Placebo-controlled Trialtral nervous system. J Ginseng Res, [S. l.], p. -, 1 abr. 2012. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3659585/. Acesso em: 1 nov. 2021.

KANG, A. et al. Peripheral immunomodulation with ginsenoside Rg1 ameliorates neuroinflammation-induced behavioral deficits in ratsaltral nervous system. Neuroscience, [S. l.], p. -, 23 out. 2013. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306452213008762?via

%3Dihubhttps://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/134867. Acesso em: 1 nov. 2021.

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