Inulina e pectina: como elas exercem seus benefícios à saúde do seu paciente?
Inulina e pectina: duas fibras solúveis e com elevado potencial prebiótico que são capazes de ofertar benefícios à saúde do seu paciente através de diferentes mecanismos. A atuação de ambas a nível intestinal é capaz de repercutir em parâmetros cardiometabólicos e na perda de peso, sendo extremamente versáteis e úteis para o uso na prática clínica.
A pectina é um polissacarídeo hidrossolúvel que passa intacto pelo ambiente digestivo do intestino delgado mas é facilmente degradado pela microbiota colônica. Essa fibra está presente na casca de frutas, especialmente as cítricas. Já a inulina, um polímero formado por monômeros de frutose, pode ser encontrada na cebola, alho, bananas e trigo.
Devemos sempre priorizar a inclusão dessas fibras via fontes alimentares, principalmente porque nessa origem costuma haver sinergia com outros componentes presentes no alimento. Porém, especialmente quando existe alguma questão intestinal ou metabólica a ser manejada, ou até mesmo uma perda de peso mais importante a ser alcançada, a quantidade necessária dessas fibras para obter-se tais efeitos de saúde desejados podem requerer a sua suplementação.
Entendendo melhor os mecanismos por trás dos benefícios da inulina e pectina
Primeiramente, estamos falando de duas fibras solúveis. A característica físico-química desse tipo de fibra permite que, ao entrar em contato com a água, formem géis viscosos. Assim, auxiliam na formação e excreção do bolo fecal. Mas além disso, esse efeito também repercute no manejo de parâmetros metabólicos como a melhora dos lipídios séricos (especialmente o colesterol, devido à menor absorção das moléculas dietéticas) e o controle do diabetes (resultado da redução do nível e velocidade de absorção da glicose).
Outro mecanismo relevante deve-se à atuação como prebióticos, servindo de alimento para o crescimento das bactérias benéficas da microbiota, enquanto limitam a proliferação das patogênicas. Ao serem fermentadas, a inulina e pectina produzem metabólitos microbianos, como os ácidos graxos de cadeia curta, que têm efeitos metabólicos anti-inflamatórios, estão envolvidos na melhora da saciedade e de parâmetros do lipidograma.
Efeitos adicionais ainda são apontados por alguns estudos. A inulina parece ser capaz de aumentar a absorção de cálcio e ambas apresentam a potencial capacidade de melhorar a produção de muco, um importante componente da barreira física intestinal. A integridade dessa barreira é fundamental tanto para preservar a estrutura do intestino, quanto para evitar uma superestimulação do sistema imune.
Uma opção para obter bons níveis desses tipos de fibras é a partir do Okralin™, um ativo obtido do quiabo, que contém ainda ácido cítrico. A sinergia dos seus componentes, além dos efeitos acima citados atribuídos à inulina e pectina, é capaz de formar um gel com poder aglutinante de gordura, oferecendo uma estratégia complementar efetiva para processos de emagrecimento.
Referências bibliográficas
Fu, X., Liu, Z., Zhu, C., Mou, H., & Kong, Q. (2018). Nondigestible carbohydrates, butyrate, and butyrate-producing bacteria. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 1–23. doi:10.1080/10408398.2018.1542587
Lattimer JM, Haub MD. Effects of dietary fiber and its components on metabolic health. Nutrients. 2010 Dec;2(12):1266-89. doi: 10.3390/nu2121266.
Xie J, Yu R, Qi J, Zhang G, Peng X, Luo J. Pectin and inulin stimulated the mucus formation at a similar level: An omics-based comparative analysis. J Food Sci. 2020 Jun;85(6):1939-1947. doi: 10.1111/1750-3841.15163.
Comments