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Para quem pode ser interessante suplementar enzimas digestivas?


As enzimas possuem papel fundamental para que haja a diminuição do número de resíduos alimentares no lúmen intestinal e consequentemente, para que haja a diminuição da fermentação excessiva e da proliferação de microrganismos possivelmente patogênicos da microbiota intestinal, que pode provocar diversos sintomas e condições metabólicas a partir dos metabólitos produzidos pela microbiota, como gases, distensão abdominal, eructação, inflamação, imunossupressão, entre outros.


Contudo, não necessariamente todo paciente que você atende na sua prática clínica, necessita da prescrição de enzimas digestivas. A suplementação de enzimas digestivas é interessante se o paciente sofre com alguma deficiência enzimática e apresenta sintomas clínicos. Dentre as causas mais comuns, a insuficiência pancreática destaca-se, mas também diversas condições metabólicas impactam na produção endógena, como por exemplo:

  • Pancreatite crônica e câncer de pâncreas;

  • Doenças crônica não-transmissíveis;

  • Hipertrigliceridemia;

  • Resistência à insulina e diabetes mellitus tipo II;

  • Doença celíaca e doenças autoimunes;

  • Úlcera gástrica e gastrite;

  • Hipocloridria;

  • Envelhecimento.


Sendo assim, para pacientes com essas alterações metabólicas, a suplementação de enzimas digestivas pode funcionar como um adjuvante na conduta nutricional. Também, existem casos nos quais o paciente apresenta a "suspensão temporária" da síntese de uma enzima, como no caso do estresse ou da síndrome do intestino irritável, ou ainda quando o paciente não produz mais a enzima, como no caso da intolerância à lactose.


Para finalizar, aqui vai uma ressalva: não se esqueça de incentivar o paciente a mastigar adequadamente. A boca é o principal sítio de digestão mecânica do ser humano, e se o alimento não tiver sido quebrado adequadamente, a chance do paciente ter sintomas mesmo com a suplementação de enzimas digestivas é alta. Desse modo, não existe uma recomendação fixa do número de mordidas, pois cada alimento tem a sua própria consistência, mas incentive o seu paciente a mastigar o alimento até que o mesmo fique na consistência mais líquida possível.


Referências bibliográficas

Dane, Senol & Hanninen O. Enzymes of Digestion. Encycl Life Support Syst. 2002;II.


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