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Probióticos para a saúde da mulher: conheça os óvulos vaginais!

Atualizado: 7 de dez. de 2022


A saúde íntima feminina é de suma importância para todas as esferas da vida da mulher. Mais recentemente, os óvulos vaginais com probióticos tem se destacado como uma forma farmacêutica interessante para auxílio à saúde íntima feminina.


O óvulo é uma forma farmacêutica sólida, de dose única, contendo um ou mais princípios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos, usualmente ovoide. Podem ser introduzidas via trato vaginal e, após isso, se dissolvem na mucosa local, liberando o ativo e ocasionando efeitos locais ou sistêmicos.


A base dos óvulos pode variar de acordo com a necessidade, contudo é importante que a base ideal seja atóxica, não irritante, resistente a microrganismos, e consiga fundir-se a 37oC (temperatura corporal).


Além disso, podemos encontrar diferentes bases utilizadas no desenvolvimento de óvulos, elas podem ser divididas em:

  1. Lipofílicas: Apresentam veículo oleoso em sua composição, geralmente são suaves e não causam irritação, tendem a fundir-se rapidamente na mucosa.

  2. Hidrofílicas: São ideais para conservação em temperaturas elevadas, contudo, podem ocasionar irritação por conta de uma leve desidratação da mucosa local.


E os probióticos?

Segundo a Anvisa, “Os probióticos são microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem algum benefício para a saúde.”

A literatura reforça que a administração de probióticos pode trazer benefícios à saúde gastrointestinal – desde digestão de alimentos, regulação do trânsito intestinal, resistência à colonização por patógenos, melhora da resposta inflamatória até regularização da microbiota intestinal – saúde do sistema nervoso – de acordo com a revisão sistemática de MINAYO, M; MIRANDA, I. e TELHADO, R. (2021), a administração de probióticos impactou positivamente o perfil inflamatório e a regulação da via da serotonina em pacientes com depressão e ansiedade – e saúde vaginal.


Antes de entrar no mérito de como os probióticos podem auxiliar a saúde íntima feminina, vale ressaltar que uma microbiota vaginal saudável, é um fator de prevenção para infecções sexualmente transmissíveis e infecções urinárias. Dentre os diversos microrganismos presentes, podemos destacar os Lactobacillusinners, Lactobacilluscrispatus, Lactobacillusgasseri e Lactobacillusjensenii, todos extremamente essenciais para inibir a adesão de patógenos e auxiliar as funções imunomoduladores da mucosa.


BELTRÁN, D. et al (2015) realizaram uma revisão da literatura com relação a utilização de Lactobacillus (um tipo de probiótico) e a prevenção ou terapia de infecções vaginais. Após esta verificação, os autores concluíram que a administração de probióticos apresenta um efeito auxiliar no tratamento da vaginose bacteriana e na vaginite infecciosa, visto que após o tratamento com antibióticos, a microbiota intestinal e vaginal fica “menos” colonizada, facilitando o acometimento por patógenos.


Nesse cenário, a utilização dos probióticos tem como finalidade recolonizar a mucosa e diminuir o ph vaginal, prevenindo novas infecções e impedindo a colonização por bactérias deletérias à saúde.


Referências:

COSTA, A. MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DA MULHER. p. 1-43, Nov. 2013. Disponível em: http://www.neim.ufba.br/wp/wp-content/uploads/2013/11/saudedamulher.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.

FORMULÁRIO NACIONAL. 2 ed. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2012. 20 p.

LEITENBERG, R.; FERREIRA, C. ELABORAÇÃO DE ÓVULOS PARA O TRATAMENTO DE VULVOVAGINITES. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, p. 153 - 166, 18 out. 2012. Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/viewFile/1043/987#:~:text=Em%20geral%2C%20os%20%C3%B3vulos%20s%C3%A3o,favorece%20o%20cumprimento%20da%20posologia. Acesso em: 26 fev. 2022.

LACHMAN, L. H. A; LIEBERMAN, J. L. K. Teoria e prática da Indústria Farmacêutica, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, v. 2. p. 970-975, 2001.

SUÁREZ E. et al. La microbiota vaginal: composición y efectos beneficiosos. Consenso sobre usos de los probióticos en Ginecología. Universidad de Oviedo, 2015. Disponível em: Acesso em: 26 Fev. 2022

GOMES, I.; STOLL, R. A UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICOS PARA O CONTROLE DE INFECÇÕES GINECOLÓGICAS. p. 1-25, 16 dez. 2020. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/14789/1/TCC%20-%20Rebecca%20Stoll%20e%20Isabella%20Chaves.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.

Publicada segunda versão do Guia de Probióticos. 2 ed. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2021.

MINAYO, M; MIRANDA, I; TELHADO, R. Revisão sistemática sobre os efeitos dos probióticos na depressão e ansiedade: terapêutica alternativa? Ciênc. saúde coletiva, p. 1, 27 set. 2021. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2021.v26n9/4087-4099/. Acesso em: 26 fev. 2022

SAAD, S. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm, Mar. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcf/a/T9SMSGKc8Mq37HXJyhSpM3K/. Acesso em: 26 fev. 2022.


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