O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) pertence à família Zingiberaceae e ao gênero Zingiber e é muito consumido na forma de tempero e também como medicamento na área da fitoterapia. A raiz de gengibre é usada para atenuar e tratar várias doenças frequentes na população, tais como dores de cabeça, resfriados, náuseas e vômitos. Muitos dos seus componentes bioativos foram identificados, como compostos fenólicos e terpénicos, onde os compostos fenólicos são principalmente shogaols, gingerols e paradols, responsáveis por boa parte das atividades bioativas do gengibre. Mas, ele pode apresentar outros elementos como a zingerona, quercetina, 6-desidrogerodiona e a gengenona-A.
Esses compostos fenólicos mencionados podem apresentar concentrações diferentes no gengibre de acordo com a tipo de preparação ou reação que for submetido, como exemplo se ele estiver na forma in natura maior quantidade de gingeróis será encontrado, após passar por processo de cocção ou período longo de armazenamento os gingeróis podem ser transformados em shogaols e se ele for submetido a hidrogenação, os shogaols podem ser modificação se tornando paradols. Devido a isso, a forma como ele é preparado pode influenciar de forma significativa na composição dos componentes bioativos.
A literatura nos últimos anos mostrou que o gengibre contém inúmeras atividades excelentes para o corpo humano, estando incluídas entre elas a função anti-inflamatória, antioxidante, nueroprotetora, antiemética, anti-obesidade, antimicrobiana e anti câncer. Além disso, estudos têm demonstrado que ele também apresenta potencial para prevenir e controlar várias doenças, como doenças neurodegenerativas, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e sintomas de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e distúrbios respiratórios. Ainda, ele auxilia na redução do estresse oxidativo, prevenindo danos que eles poderiam causar sobre o DNA.
De acordo com a literatura já existem evidências que comentam a respeito do potencial do gengibre nas doenças neurodegenerativas. Em idosos o gengibre é capaz de auxiliar na melhora da memória e desempenhar atividade neuroprotetora através de agentes anti-inflamatórios no cérebro, contribuindo assim no tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer. Mas esse alimento apresenta uma gama de atividades em tratamentos e prevenções de doenças, podendo reduzir a pressão alta e melhorar o quadro de dislipidemia através da melhora do perfil lipídico, diminuir o processo inflamatório em doenças inflamatórias intestinais, estimular o relaxamento de músculos liso das vias respiratórias favorecendo a respiração e menor resistência das mesmas, elevar a sensibilidade a ação da insulina e diminuir o seu nível, favorecendo os pacientes com diabetes melllitus.
Sabendo que a produção exacerbada de radicais livres como as espécies reativas de oxigênio (ROS), podem desencadear efeitos prejudiciais no metabolismo como um todo e facilitar o desenvolvimento de doenças crônicas, nesse sentido a utilização de gengibre pode atenuar esses efeitos maléficos por conta do alto poder antioxidante que ele apresenta, podendo estar ainda mais acentuado quando ele passa por processo de aquecimento. Sendo assim, devido às inúmeras atividades que o gengibre pode desencadear, sua utilização pode ser bem ampla, fazendo parte por exemplo como ingrediente de alimentos funcionais e nutracêuticos ou consumido na forma de chá ou tempero.
Referência
Mao, Q-Q.; et al. Bioactive Compounds and Bioactivities of Ginger (Zingiber officinale Roscoe). Foods 2019, 8(6), 185.
Pimentel, C. V. de M. B.; Elias, M. F.; Philippi, S. T. Alimentos funcionais e compostos bioativos. São Paulo: Barueri: Manole, 2019.
Bhatt, N., Waly, M. I., Essa, M. M., & Ali, A. (2013). Ginger: A functional herb. Food as Medicine, 51-71.
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