Cápsulas são formas farmacêuticas sólidas em que a substância ativa e os adjuvantes apropriados são colocados em um invólucro duro ou mole. Elas variam no tamanho, dependendo da quantidade de fármaco a ser administrada, e possuem formas e cores distintas quando produzidas comercialmente.
Além disso, vale destacar que o revestimento de formas farmacêuticas traz vantagens para as substâncias medicamentosas, diminuindo o risco de irritação da mucosa gástrica, prevenindo o efeito emético – indução ao vômito – permitindo que o fármaco não sofra interferência do suco gástrico (quando em cápsulas gastrorresistentes), mascarando o sabor, o odor e a cor dos fármacos, facilitando a administração da substância, conferindo proteção contra agentes externos –caso do oxigênio e da umidade – prolongando o prazo de validade e controlando a liberação do fármaco.
Ademais, as cápsulas podem ser consideradas de origem vegetal, animal, duras e moles. Cápsulas duras são formadas por dois invólucros distintos, sendo um corpo e uma tampa (ambos com formatos arredondados)e preenchidos com excipientes e princípios ativos em forma sólida. As cápsulas moles, por sua vez, são constituídas por um invólucro gelatinoso mais maleável e de vários formatos, o conteúdo pode ser preenchido por substâncias líquidas, sólidos secos, semissólidos ou, ainda, em pó.
Vale pontuar que a utilização de gelatina – proteína extraída do colágeno presente nas peles, tendões e ossos de animais – afasta o público vegetariano estrito e vegano, trazendo uma baixa aceitação ao tratamento proposto.
Felizmente, a indústria farmacêutica superou esse obstáculo, trazendo para o mercado diversas cápsulas de origem vegetal, contudo, enganam-seaqueles que acreditam que todas elas sejam iguais. Vamos mostrar a seguir essas diferenças:
Cápsula vegetal (convencional): Como intuito de atender a população vegana, foram elaboradas cápsulas100% naturais, seguras e que apresentam as mesmas medidas protetivas das cápsulas convencionais – mascarar o sabor e o odor, proteger contra a umidade, entre outros. Seu revestimento é feito de materiais de origem vegetal (ipê, HPMC, entre outros), é indicada para fármacos sensíveis à umidade, visto que apresentam um menor teor de umidade.
Cápsulas de Clorofila: Essa primeira demanda uma maior preocupação para os adeptos do veganismo, visto que nem sempre ela é de origem vegetal, a utilização da clorofila confere uma coloração verde escura a cápsula, sendo uma opção viável para pacientes que apresentem sensibilidade a corantes sintéticos.
Cápsula de tapioca: A cápsula de tapioca também é uma versão de cápsulas vegetais, ela é produzida a partir de um polissacarídeo hidrossolúvel – cadeia formada por uma grande quantidade de monossacarídeos que podem ser dissolvidos em água – obtido a partir de um processo de fermentação da tapioca. Dentre suas vantagens, podemos citar sua alta estabilidade e sua proteção contra a oxidação (estimulada pelo oxigênio).
Referências:
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