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A cúrcuma pode funcionar para a prevenção de doenças crônicas inflamatórias?

Atualizado: 23 de nov. de 2022


A cúrcuma tem sido usada há séculos não apenas para dar sabor, cor e preservar alimentos, mas também como um remédio medicinal. Ela é derivada da planta Curcuma longa Linn, membro da família do gengibre, sendo a curcumina um dos seus principais componentes. Cada vez mais, as suas propriedades anti-inflamatórias têm atraído a atenção de pesquisadores, principalmente pelo impacto positivo na prevenção de doenças crónicas inflamatórias.


Inflamação e Doenças Crônicas


A resposta inflamatória é um processo natural do corpo, frente a alterações. No entanto, quando essa resposta acontece de forma crônica, pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas incluindo obesidade; diabetes; doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e inflamatórias intestinais; e certos tipos de câncer. Isso porque, a inflamação crônica está associada à alteração das vias de sinalização celular, o que resulta no aumento dos níveis de marcadores inflamatórios, peróxidos lipídicos e radicais livres, causando assim, danos às células.


Mecanismos metabólicos da inflamação


O dano oxidativo é um dos principais contribuintes para a resposta inflamatória. A produção excessiva de radicais livres resulta em um estado de estresse oxidativo, que danifica as gorduras poliinsaturadas nas lipoproteínas e membranas celulares e altera proteínas como DNA e RNA. Esse dano leva a funções celulares prejudicadas e uma resposta inflamatória que contribui para danos, envelhecimento e doenças.


Essa produção excessiva, leva a inflamação crônica e o estresse oxidativo que resultam em níveis séricos aumentados do fator de transcrição NF-KB (fator nuclear kappa B). Os fatores de transcrição regulam a expressão gênica dentro das células e, por fim, controlam o comportamento celular. O NF-KB aumenta a expressão de muitas citocinas e enzimas que são ativas nessas doenças inflamatórias crônicas.


Curcumina e a inflamação


Como vimos anteriormente, a inflamação é mediada por diversos processos. A curcumina por sua vez, pode regular o estresse oxidativo e a inflamação diminuindo a produção de TNFα bem como inibe citocinas inflamatórias, como as interleucinas, relacionadas à resistência à insulina e inflamação crônica.


Evidências de estudos celulares e animais demonstram que os efeitos benéficos da curcumina na obesidade e distúrbios metabólicos relacionados, diminuíram a ativação de NF-KB no fígado e diminuíram os macrófagos acúmulos no tecido adiposo.


Por fim, a curcumina pode também auxiliar na regulação do metabolismo da glicose e lipídios no diabetes tipo 2. Alguns estudos também demonstraram que a curcumina pode melhorar significativamente o controle glicêmico, ao mesmo tempo em que aumentam os níveis de atividade de enzimas antioxidantes e eliminação de radicais livres.


Referências bibliográficas

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