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A irisina pode ter efeito no cérebro?

Atualizado: 23 de nov. de 2022


A irisina é um dos hormônios liberados na circulação induzida pelo exercício, e é sintetizada principalmente pelo músculo esquelético e tecido adiposo. Ela transmite uma série de mensagens químicas, resultando em: aumento da densidade mitocondrial do tecido adiposo branco; melhora da resistência à insulina e a melhora da cognição (neuroproteção). Diante disso, diversos estudos vêm sendo conduzidos para elucidar o papel da irisina no cérebro.


Um pouco mais sobre a irisina


A irisina é uma miocina liberada na circulação pelo exercício físico, capaz de estimular o escurecimento dos adipócitos e a termogênese. Sua metabolização se dá, através da quebra (clivagem) e secreção da FNDC5 (domínios de fibronectina tipo III contendo proteína 5), que é uma proteína expressa no músculo.


Ela também, estimula a expressão do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) no hipocampo, uma região do cérebro envolvida centralmente na aprendizagem e na memória, o que pode explicar os seus possíveis efeitos neuroprotetores em distúrbios cerebrais.


O eixo exercício, irisina e BDNF


As chamadas neurotrofinas, família de proteínas, desempenham um papel importante no crescimento e desenvolvimento dos neurônios, desde a plasticidade sináptica até a sobrevivência. Um desses fatores neurotróficos é o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Por sua vez, a irisina parece ser um importante regulador da produção de BDNF, principalmente através do exercício físico que desempenha um papel adicional relevante na neuroinflamação justamente pela capacidade de regular os níveis do BDNF.


Cérebro e Irisina


Tal como discutimos anteriormente, há evidências de que a irisina circulante, embora com um mecanismo ainda não bem esclarecido, pode atingir o cérebro e aumentar a expressão de BDNF e induzir respostas de neuroproteção, isso porque a irisina é altamente expressa no cérebro e, através da modulação dos níveis de BDNF, pode estar envolvida na neurogênese hipocampal, afetando a memória e a cognição.


Estudos em animais demonstraram que a irisina, por meio da ativação de sinais antiapoptóticos, está envolvida no efeito neuroprotetor do exercício físico contra a isquemia cerebral. A irisina também parece diminuir a liberação de citocinas pró-inflamatórias e a expressão do mediador pró-inflamatório ciclooxigenase-2 (COX-2), sugerindo um importante papel em doenças neurodegenerativas.


Em conclusão, recentes evidências demonstram que a irisina pode melhorar os processos de memória e cognição e induzir a autofagia de células cerebrais, como uma estratégia para proteger a função celular.


Referências bibliográficas

PIGNATARO, Patrizia et al. FNDC5/Irisin System in Neuroinflammation and Neurodegenerative Diseases: update and novel perspective. International Journal Of Molecular Sciences, [S.L.], v. 22, n. 4, p. 1605, 5 fev. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijms22041605.


YOUNG, Michael F. et al. A role for FNDC5/Irisin in the beneficial effects of exercise on the brain and in neurodegenerative diseases. Progress In Cardiovascular Diseases, [S.L.], v. 62, n. 2, p. 172-178, mar. 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.pcad.2019.02.007.


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