
Todos os dias temos contato com centenas de compostos tóxicos para o nosso organismo, dentre eles estão incluídos os medicamentos, agrotóxicos, metais pesados presentes em cosméticos, aditivos alimentares, compostos de embalagens, entre outros. Além disso, nós também temos fisiologicamente a síntese de componentes nocivos a partir do funcionamento de vias metabólicas, secreção de elementos pelo tecido adiposo e funcionamento das mitocôndrias.
Para eliminar essas toxinas do organismo é necessário que ocorra o processo de detoxificação, que depende principalmente do funcionamento adequado dos sistemas hepático e intestinal, mas também tem participação do sistema linfático e renal. Esse processo visa a eliminação das substâncias tóxicas para fora do organismo, que podem ser excretadas através da urina, fezes, secreção biliar, suor e expiração.
A detoxificação ocorre através de 3 fases, sendo a primeira delas o reconhecimento da presença dos componentes tóxicos que irão sofrer reação enzimática principalmente pelas enzimas do citocromo P450 para que essas moléculas fiquem menos tóxicas. Na segunda fase as moléculas que mudaram de conformação na fase 1 serão metabolizadas a fim de se tornarem mais solúveis e fáceis de serem eliminadas e na fase 3 ocorrerá de fato o transporte e o processo de excreção dessas toxinas.
Apesar de o fígado ser o órgão principal no processo de detoxificação, o intestino também demonstra função fundamentalmente importante, pois de acordo com a composição da microbiota intestinal alguns tipos de toxinas podem sofrer metabolização por essas bactérias, não serem absorvidas e excretadas através das fezes, logo, impedindo que mais toxinas cheguem à circulação sanguínea. No que diz respeito ao sistema renal, ele também é parte essencial do processo porque ele realiza a filtragem do sangue e não permite que essas substâncias sejam reabsorvidas, eliminando-as pela urina.
Para que os nossos órgãos sejam capazes de realizar todas as suas funções de detoxificação de maneira adequada, se faz necessária uma ingestão adequada de vitaminas e minerais, até porque ao decorrer do processo existem inúmeras enzimas que necessitam desses nutrientes para desempenharem suas funções, sendo consideradas como antioxidantes endógenos fundamentais para o nosso organismo.
Quando um indivíduo não consegue eliminar de forma adequada essas toxinas, elas tendem a se acumular e desencadear inúmeros malefícios para o organismo, dentre eles podem ser citados a aceleração do processo de envelhecimento, maior ocorrência de doenças, funcionamento prejudicado das mitocôndrias e maior oxidação.
O nosso organismo é capaz de sinalizar quando algo não está funcionado de maneira correta, e nesse sentido quando a quantidade de toxinas está muito exacerbada pode ocorrer a presença de diversos sinais e sintomas, tais como dor de cabeça frequente, retenção de líquido, maior recorrência de processos alérgicos, erupções na pele, dores musculares e articulares, desconforto abdominal, falta de concentração, cansaço e fadiga.
Mas, para que o processo de detoxificação aconteça de maneira correta sempre, é importante que o indivíduo possua uma boa alimentação, realize exercícios físicos regularmente, consuma bastante água e evite contato com os agentes promotores de toxinas.
Referências
HODGES, R. E.; MINICH, D. M. Modulation of metabolic detoxification pathways using foods and food-derived components: a scientific review with clinical application. Journal of nutrition and metabolism, v. 2015, 2015.
LISKA D; LYON, M; JONES, DS. Detoxification and biotransformational imbalances. Explore, vol. 2, n. 2, 2006.
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