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Nutrientes importantes para promover a saúde da próstata

Atualizado: 7 de dez. de 2022


O câncer de próstata (CaP) é o segundo tipo de câncer mais comum e a quinta principal causa de morte relacionada ao câncer em homens em todo o mundo. De acordo com a literatura, no ano de 2018, cerca de 1,2 milhões de novos casos de CaP foram diagnosticados e quase 360.000 homens morreram. Além disso, tanto fatores inatos quanto fatores ambientais, como estilo de vida, dieta, obesidade, tabagismo e exercícios podem influenciar o desenvolvimento do CaP. Nesse sentido é importante ressaltar que alguns nutrientes da dieta podem auxiliar na promoção da saúde da próstata evitando o desenvolvimento desse câncer.


Muitos trabalhos já demonstraram que o desenvolvimento do CaP está associado aos alimentos e ao padrão alimentar como por exemplo o excesso de gorduras e a dieta ocidental. Recentemente, alguns relatos indicaram também uma relação entre o CaP e a microbiota intestinal, que é alterada de acordo com os alimentos presentes na dieta.


As vitaminas são micronutrientes que não podem ser sintetizados em quantidades suficientes no nosso organismo, mas são necessários para a nossa sobrevivência e desenvolvimento. Portanto, de acordo com os estudos científicos as vitaminas A, D e E foram investigadas quanto à sua influência na prevenção do CaP.


A vitamina A que também é conhecida como retinol ou caroteno é encontrada em alimentos como fígado, ovos e vegetais de cor amarela e laranja. A relação dela com o CaP se dá particularmente por conta do licopeno, que se refere a um tipo de carotenoide bastante presente no tomate, que tem sido muito estudado devido à sua capacidade de prevenir o CaP, pois ele é capaz de reduzir os riscos para o desenvolvimento do câncer de próstata não apenas através da ingestão de licopeno, mas também pela sua concentração plasmática circulante.


Além disso, embora a atividade anticâncer da vitamina A e licopeno estejam muito associados ao potencial antioxidante, eles também atuam na redução da expressão genica de alguns genes envolvidos nesse processo e o licopeno desempenha efeito protetor, pró-apoptótico e anti-inflamatório podendo reduzir o crescimento do tumor.

A vitamina D é sintetizada a partir de um derivado do colesterol por organismos expostos à luz solar, no entanto apesar do brasil ser um país onde o sol está constantemente presente muitos brasileiros não possuem o hábito de tomar sol fazendo com que a taxa de vitamina D presente na população esteja abaixo do recomendado na maioria das pessoas. A forma ativa primária da vitamina D [calcitoriol (1,25 diidroxivitamina D3)] é um hormônio que regula o metabolismo do cálcio e do fósforo, e o calcitoriol é capaz de induzir a diferenciação das células imunes e reduzir a proliferação de células cancerígenas, mas ainda são necessários mais estudos para avaliar sua real atividade na prevenção do CaP.


A vitamina E inclui as isoformas tocoferóis e tocotrienóis, e podem ser encontrados especialmente em óleos vegetais em grandes quantidades, principalmente nos óleos de soja, caroço de algodão, milho, girassol, noz, palma e gérmen de trigo, com as proporções de suas isoformas variando dependendo do tipo de óleo. A vitamina E por sua vez tem importante potencial antioxidante, anti-inflamatório e antitrombolítico, e alguns estudos mencionam que ela pode inibir o crescimento tumoral, mas isso está associado principalmente a sua isoforma de δ-tocoferol, que é capaz de atenuar a ativação da via da AKT na próstata e inibir a proliferação das células do CaP por sua atividade anti tumoral.


Mas de modo geral o ajuste do aporte calórico da dieta também se faz importante para a prevenção ao câncer de próstata, visto que a alta ingestão energética pode elevar ao quadro de obesidade, que está fortemente associado com a progressão do CaP avançado.


Referências

Matsushita, M., Fujita, K., & Nonomura, N. (2020). Influence of diet and nutrition on prostate cancer. International journal of molecular sciences, 21(4), 1447.

Van Hoang, D., Pham, N. M., Lee, A. H., Tran, D. N., & Binns, C. W. (2018). Dietary carotenoid intakes and prostate cancer risk: A case-control study from Vietnam. Nutrients, 10(1), 70.

Liss, M. A., Al-Bayati, O., Gelfond, J., Goros, M., Ullevig, S., DiGiovanni, J., ... & Thompson, I. M. (2019). Higher baseline dietary fat and fatty acid intake is associated with increased risk of incident prostate cancer in the SABOR study. Prostate cancer and prostatic diseases, 22(2), 244-251.

Bôto, E. G., Kobal, P. S., Ferreira, F. V., Lopes, L. B. M., Silva, A. S. R., & Neto, F. D. C. N. (2019). Licopeno e prevenção do câncer de próstata: Uma revisão integrativa. International Journal of Nutrology, 12(01), 002-012.

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