Atualmente, sabe-se que algumas doenças podem ser desenvolvidas pelo consumo de padrões alimentares não saudáveis. Nesse sentido, são evidências de que certos padrões alimentares ricos em antioxidantes, como a dieta mediterrânea, são eficazes na prevenção de algumas patologias relacionadas ao estresse oxidativo como, doenças cardiovasculares, câncer e a síndrome metabólica.
À vista disso, muitos desses efeitos têm sido associados com compostos específicos, como a curcumina e outros curcuminóides. Hoje, vamos entender um pouco mais sobre o papel da cúrcuma no manejo da síndrome metabólica.
Conhecendo a Cúrcuma
A cúrcuma ou açafrão-da-terra, é uma planta rizomática (da família do gengibre) que possui coloração amarela devido a presença de compostos fenólicos denominados curcuminóides. De fato, hoje, seu uso vem sendo explorado no curso de muitas doenças, no entanto, a história do seu uso remonta a vários milhares de anos devido ao seu uso culinário e propriedades promotoras da saúde.
Nos últimos anos vem sendo comprovado que a maioria dos efeitos da Curcuma se deve principalmente à curcumina. No entanto, além da curcumina, vale ressaltar que existem outros componentes na Cúrcuma, que juntamente da curcumina compõem o grupo dos curcuminóides. Eles são demetoxicurcumina e bis-desmetoxicurcumina.
A Síndrome Metabólica
A síndrome metabólica é uma doença multifatorial e complexa. Ela pode ser definida como um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, usualmente relacionados à obesidade, resistência à insulina, estilo de vida e dieta. Ela é caracterizada quando há a presença de três ou mais dos cinco fatores de risco a seguir:
Circunferência abdominal elevada;
Triglicérides elevado ou tratamento farmacológico;
Colesterol HDL baixo;
Pressão arterial elevada ou tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos;
Glicose em jejum alterados (disglicemia) ou tratamento farmacológico para controle da glicemia.
Efeitos da cúrcuma na síndrome metabólica
Como vimos anteriormente, a síndrome metabólica é causada principalmente por um conjunto de fatores de risco metabólicos. Por sua vez, esses fatores geralmente levam a uma cascata inflamatória. Estudos demonstram que a curcumina é capaz de diminuir essa inflamação através da regulação do estresse oxidativo diminuindo a produção de citocinas inflamatórias como, TNFα (fator de necrose tumoral alfa) e inibindo, as interleucinas, relacionadas à resistência à insulina e inflamação crônica.
Falando um pouco agora especificamente da atuação da curcumina nos componentes da síndrome metabólica que vimos anteriormente. A curcumina pode reduzir o perfil lipídico e modificar os parâmetros relacionados ao colesterol. Além disso, ela pode melhorar as medidas antropométricas e a composição corporal quando associada à dieta e intervenção no estilo de vida.
Por fim, a curcumina demonstrou ainda, ter um papel importante na regulação da expressão gênica dos transportadores pancreáticos de glicose, especificamente os GLUT 2,3 e 4, o que estimula uma melhor secreção de insulina.
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Referências bibliográficas
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